"Devido à utilização dos portos marítimos pelo regime terrorista Huthi [...] apelamos a todos os presentes" nos portos de Ras Issa, Hodeida e Al-Salif para que saiam "imediatamente e se afastem deles, para a sua própria segurança", escreveu o coronel Avichay Adraee, porta-voz do exército israelita, numa mensagem em árabe difundida na rede social X e no Telegram.
Os Huthis, membros do "eixo de resistência" a Israel criado pelo Irão, realizaram dezenas de ataques com mísseis e drones contra Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada em 07 de outubro de 2023 pelo ataque a Israel do movimento islamita palestiniano Hamas.
Quase todos os ataques foram intercetados, com os rebeldes Houthi também a atacarem navios que acreditam estar ligados a Israel ao largo da costa do Iémen, um país da Península Arábica, nomeadamente no Mar Vermelho.
Em 04 de maio, um míssil disparado pelos rebeldes iemenitas atingiu pela primeira vez o perímetro do aeroporto internacional Ben-Gurion, perto de Telavive, causando ferimentos ligeiros e danos materiais mínimos.
Em retaliação aos ataques, o exército israelita realizou vários ataques nos últimos meses contra alvos Huthi no Iémen, incluindo portos e o aeroporto da capital Sana.
Os Estados Unidos têm também efetuado vários ataques no Iémen para atingir alvos dos rebeldes, visando muitas vezes estruturas portuárias.
A Human Rights Watch (HRW) defendeu na quarta-feira que os ataques norte-americanos ao porto de Ras Issa, no Iémen, nos quais morreram 84 civis e foram destruídas infraestruturas portuárias, devem ser investigados como crime de guerra.
"A decisão dos EUA de atacar o porto de Ras Issa, um ponto de entrada crucial para a ajuda humanitária no Iémen, quando centenas de trabalhadores estavam presentes, demonstra uma indiferença cruel para com a vida dos civis", acusou o investigador da Human Rights Watch (HRW) para o Iémen e o Bahrein, Niku Jafarnia, em comunicado.
Fontes da HRW no país afirmaram que os Huthis ameaçaram e terão detido pessoas em zonas afetadas por ataques norte-americanos por falarem com a imprensa e com organizações não-governamentais, dificultando a verificação da informação.
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